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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fenilcetonúria

Fenilcetonúria é um erro inato do metabolismo, de herança autossômica recessiva, cujo defeito metabólico (enzima fenilalanina hidroxilase, converte fenilalanina a tirosina), leva ao acúmulo de fenilalanina (FAL) no sangue e aumento da excreção urinária de ácido Fenilpirúvico e fenilalanina. Foi a primeira doença genética a ter um tratamento realizado a partir de terapêutica dietética específica.

Sem a instituição de diagnóstico e tratamento precoce antes dos 3 meses de vida (através de programas de Triagem Neonatal), a criança portadora de Fenilcetonúria apresenta um quadro clínico clássico caracterizado por atraso global, deficiência mental, comportamento agitado ou padrão autista, convulsões, alterações eletroencefalográficas e odor característico na urina. Pacientes que recebem o diagnóstico no período neonatal e recebem a terapia dietética adequada precocemente, não apresentarão o quadro clínico acima descrito.

Três formas de apresentação metabólicas são reconhecidas e classificadas de acordo com o percentual de atividade enzimática encontrada:

• Fenilcetonúria Clássica – quando a atividade da enzima fenilalanina hidroxilase é praticamente inexistente (atividade < 1%) e, conseqüentemente, os níveis plasmáticos encontrados de fenilalanina são > 20 mg/dl.

• Fenilcetonúria Leve – quando a atividade da enzima é de 1 a 3% e os níveis plasmáticos de fenilalanina encontram-se entre 10 a 20 mg/dl.

• Hiperfenilalaninemia Transitória ou Permanente – quando a atividade enzimáticaé superior a 3%, os níveis de fenilalanina encontram-se entre 4 e 10 mg/dl, e não deve ser instituída qualquer terapia aos pacientes, pois é considerada uma situação benigna, não ocasionando qualquer sintomatologia clínica.

 Orientações gerais:

• Os lactentes recebem as fórmulas especiais (isentas FAL) e, a elas é adicionado leite integral modificado com a menor quantidade de FAL possível;

• Amamentação materna pode ocorrer desde que exista controle diário da FAL sangüínea;

• A introdução de outros alimentos deve ocorrer aos 4 meses de idade, contendo baixos teores de FAL, sempre com controle da quantidade diária permitida de ingesta de FAL.

A redução na ingestão de fenilalanina só poderá ser alcançada por meio de uma alimentação muito pobre em proteínas (uma vez que as todas as proteínas naturais contém FAL), limitando-se a alimentos como frutas e verduras, alimentos à base de amidos ou outros carboidratos complexos, ou alimentos dietéticos especiais, o que pode resultar em deficiências nutricionais.


Bibliografia:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Assistência à Saúde. Coordenação-Geral de Atenção Especializada. Manual de Normas Técnicas e Rotinas Operacionais do Programa Nacional de Triagem Neonatal / Ministério da Saúde, Secretaria de Assistência à Saúde, Coordenação- Geral de Atenção Especializada. – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.

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